O texto a seguir é uma opinião do autor sobre o momento de tensão no mercado de logística internacional, do que temos vivenciado atualmente
Muitos são os fatores que podem impactar a produção e entrega de materiais no mercado brasileiro, especialmente as empresas que utilizam o transporte marítimo.
Nosso país está localizado no cone sul da América, ficando sempre em segundo plano, pois as linhas que nos atendem, se esforçam para atender o hemisfério Norte (mais lucrativo, mais interessante, melhor infraestrutura portuária, maiores navios), rota China x Estados Unidos e rota Europa x Estados Unidos e vice-versa.
Aliado a uma infraestrutura precária e quase sucateada, ficamos na dependência de que novas alternativas e rotas nos ajudem a cumprir as metas estabelecidas pelas empresas no tocante a prazos e planejamento estratégico.
No Brasil, portos complicados, estagnados no tempo. Santos hoje vive momentos de gargalo nunca visto. Uma embarcação chega na barra e corre o risco de ficar vários dias aguardando a “senha” da vez para atracar. Diante disto, como penalizar um prazo de entrega, onde se perdem em média 10-15 dias só para retirar a mercadoria do porto depois de descarregada.
Para tentar monitorar de perto e dirimir custos, as ferramentas que mais funcionam no caso do transporte marítimo são:
1. Escolher bem a rota que vamos contratar, com o melhor valor de frete possível.
2. Minimizar ao máximo rotas com transbordo (ainda há serviços diretos ao Brasil, raros, mas existem)
3. Otimizar os períodos de free-time dos equipamentos envolvidos, para que os atrasos (não causados nem pelo player, nem pelo agente logístico) sejam os menores possíveis.
4. Tracking da carga quase que diariamente, indo na fonte da informação e pedir esclarecimentos do eventual atraso.
5. Com as constantes manifestações de “pirataria” em alto mar, considerar seguro da carga sempre.
6. Compromisso com a estimativa que o cliente final informa de prazo máximo de chegada dos insumos no destino. Isto talvez pode impactar a política de qualidade, mas não dá mais para exigir que o enfoque sistêmico sobreponha a realidade atual. A qualidade deve ser medida se o fornecedor cumpriu o prazo de produção, pois mercadoria em trânsito pode levar ao descumprimento do prazo estipulado, penalizando o processo, mas devemos lutar para que isto seja exceção, ou quando muito, percentual admissível de dias em atraso. Mesmo diante deste quadro atual global.
7. Transparência e parceria sempre, acreditando num futuro mais adequado aos prazos das corporações e suas responsabilidades.
8. Sempre buscar soluções, com certeza há profissionais estudando uma forma de driblar o atual momento de transtorno logístico, exigindo dos “tubarões” (donos das embarcações e autoridades portuárias), compromisso e sensatez na hora do repasse de custos adicionais. Uma empresa de prestígio é reconhecida pela qualidade de seus produtos. E isto é (ou deve ser) reflexo do esforço do mais simples colaborador até o mais alto executivo.
9. Quem se comprometer com o cliente agora, certamente irá fidelizar ainda mais o acordo comercial entre provedor de serviços e contratante, entre comprador e vendedor de insumos e produtos.
Aguardamos as mudanças, elas chegarão e a normalidade vai voltar.
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