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A fantástica roda da sobrevivência e suas consequências

  • Foto do escritor: Paulo Corner
    Paulo Corner
  • 3 de ago.
  • 2 min de leitura

mãos

Introdução

A história do ser humano é a história de sua relação com a escassez, a necessidade e a abundância. Desde sua origem, o homem carrega em si não apenas os recursos para sua sobrevivência, mas também uma inquietação que o impele a criar, acumular e transformar o mundo ao seu redor.

Este ensaio propõe uma reflexão filosófica sobre a evolução da economia na história humana: da troca primitiva ao ouro nos bancos, da moeda ao mercado digital, do barro ao pó. Uma jornada em que o homem, no afã de superar a falta, acabou por se escravizar ao excesso.


 O Início

Surgimos impecavelmente.

Dotados de intelecto e suficientes recursos vitais para subsistir, habitávamos a terra como parte dela.

Com as mãos amassávamos barro e colhíamos vegetais, éramos simples, mas plenos.

Todavia, cedo percebemos que havia mais.

Víamos além do que devíamos; e, por vezes, víamos errado.

Ao nos espalhar pelos continentes, descobrimos que o outro possuía aquilo de que eu carecia.

Assim, inauguramos o primeiro gesto econômico: a troca.

 

A Invenção do Valor

À medida que as ideias distintas proliferavam, as necessidades se multiplicavam.

Tanto trocamos que os objetos perderam sua medida imediata.

Era necessário criar um símbolo universal, uma forma de registrar e comparar o valor das coisas.

Assim nasceu a moeda.


De um lado, a moeda trouxe organização e expansão.

De outro, trouxe desigualdade.

O essencial tornou-se acumulável, e o acúmulo, poder.

Vieram impérios, conquistas, guerras e fome.

Víamos como o suor de um alimentava o ouro do outro.

 

O Ouro, os Bancos e a Máquina

O ouro deixou de brilhar apenas nas mãos e passou a dormir em cofres.

As reservas guardadas nos bancos tornaram-se a promessa do futuro.

E nós, os homens, que antes dominavam a troca, passamos a ser dominados por ela.

Com a Revolução Industrial e o avanço tecnológico, as distâncias encurtaram.

O tempo se acelerou.

Surgiu a rede, o processamento instantâneo, e a moeda se tornou digital.

O homem, que antes era criativo e observador, tornou-se escravo do próprio sistema que criou: rápido, contínuo, individualista, ganancioso.



O Crepúsculo Econômico

Hoje, no auge de sua capacidade de acumular, nós percebemos que o caminho percorrido não tem volta.

A abundância se revela fardo; a ganância, cárcere.

O que começou como gesto de sobrevivência se converteu em mecanismo de autodestruição.

E ao fim, como no início, nós, os homens voltamos ao pó, sem nada além da memória de ter transformado barro em ouro e ouro em pó.

 

Conclusão

A economia, ao mesmo tempo arte e armadilha, revela a essência paradoxal do homem: criador e prisioneiro.

A jornada econômica não é apenas material, mas também espiritual.

Cabe a cada um refletir: até onde irá a corrida? Quero chegar sozinho ou acompanhado de outrem?

E o que restará quando o último valor perder seu preço?

 

 

Notas Finais

Este ensaio é uma meditação sobre a natureza humana e suas construções econômicas ao longo da história, um convite à consciência e à moderação diante do sistema que nós mesmos erigimos.

Talvez a maior riqueza seja, afinal, recordar que viemos do barro e que, nele, todas as moedas se desfazem e corroem.

 

PERC 09/07/2025

 
 
 

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