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Logística e COMEX nos Estados Unidos

  • Foto do escritor: Paulo Corner
    Paulo Corner
  • 15 de set.
  • 4 min de leitura
Um porto com um caminhão e um trem carregando contêineres.

Os Estados Unidos da América são os maiores players de comércio exterior global. Sua malha ferroviária, sua infraestrutura de portos e aeroportos, estradas e tecnologia, moldam um complexo exportador e importador gigantesco, movimentando a economia global com a força de sua moeda e sua imposição geopolítica. Vamos explorar algumas de suas características:


1. Warehouses e ramps (terminais intermodais)

Warehouses: centros de distribuição portuários e inland, integrados a trem e rodovia.

Ramps: terminais ferroviários intermodais (Chicago, Dallas/Fort Worth, Memphis, Kansas City, Atlanta etc.) que transferem contêineres entre trens e caminhões.

Padrões utilizados: a padronização internacional do contêiner foi consolidada com a primeira publicação do ISO 668 em 1968 (comitê ISO/TC 104 criado em 1961). Esses marcos viabilizaram a intermodalidade moderna e a disseminação de ramps.


2. Chassis para contêiner

Modelo americano usa chassis como base padronizada que o tractor puxa (flexível e rápido para trocar unidades).

Origem moderna: a virada operacional começou com a containerização de Malcolm McLean e a viagem do Ideal-X em 1956, o momento fundador do fluxo contêiner-rodovia-ferrovia-mar.


3. Ferrovia no transporte interno

A ferrovia é a espinha dorsal do tráfego intermodal de longa distância; double-stack trains (dois níveis de contêineres) surgem em 1984 em serviço regular, multiplicando a capacidade por trem e reduzindo custo por unidade.


4. Integração com portos marítimos

Portos como Los Angeles/Long Beach operam on-dock railyards (pátios dentro do terminal), permitindo transferência direta navio x trem e formação de trens de destino.


5. FMC: Federal Maritime Commission

Agência reguladora independente do transporte marítimo internacional dos EUA (tarifas, contratos, práticas de armadores, registro de NVOCC).

Criação: 1961 (Reorganization Plan No. 7; início formal em 12 de agosto de 1961).


6. MAS: Automated Manifest System (Regra das 24 horas)

Sistema da CBP para manifesto antecipado: o conhecimento de embarque (BL) deve ser transmitido 24 horas antes do carregamento no porto de origem para análise de risco.

Linha do tempo: o “24-Hour Rule” foi adotado e operado após o 11/9; a implementação regulatória consolidou-se em 2002/2003, com comunicados e reforços em 2003–2004 sob o Trade Act of 2002.


7. ISF: Importer Security Filing (“10+2”)

O que é: obrigação do importador (ou seu agente) de transmitir 10 dados do importador + 2 do transportador (plano de estiva do navio e mensagens de status de contêiner) antes do embarque, para reforçar a avaliação de risco,bncomplementa o AMS.

Sua Regra: Interim/Final Rule publicada em 25/nov/2008; data efetiva 26/jan/2009; a CBP vinculou a checagem de pontualidade ao marco “vessel departure – 24h” e consolidou a aplicação de penalidades por descumprimento.

Como AMS e ISF “conversam”: AMS (manifesto do armador/NVOCC) + ISF (dados do importador) formam o par de inteligência pré-embarque do comércio exterior americano: o primeiro garante visibilidade de carga; o segundo garante visibilidade de cadeia de suprimento (origem, shipper, stuffing, consolidator etc.), ambos antes do navio sair.


8. FROB: Foreign Cargo Remaining On Board

Conceito: FROB significa carga estrangeira que permanece a bordo. É quando um contêiner entra em águas e portos dos EUA, mas não é descarregado e segue viagem para outro destino internacional.

Exemplo: um navio que sai de Santos (Brasil), escala em Miami (EUA) e depois segue para Halifax (Canadá). Se um contêiner destinado ao Canadá estiver a bordo, ele é classificado como FROB nos EUA.

Regulação: Mesmo não sendo descarregado, o contêiner FROB deve ser reportado via AMS (Regra das 24h), para que a CBP (Customs and Border Protection) tenha controle de tudo o que passa pelo território aduaneiro americano.

Importância: garante segurança nacional e evita que cargas suspeitas usem o território americano apenas como escala técnica sem fiscalização.

Histórico: a exigência de declaração de cargas FROB surgiu junto com o 24-Hour Rule em 2002/2003, após o 11 de setembro, reforçando que todo contêiner a bordo, independentemente do destino, deve ser informado ao CBP.


9. A operação americana na prática:

Porto↔Ferrovia (on-dock) + double-stack + ramps no interior = malha de alta capacidade (ex.: LA/LB→Chicago).. Chassis padronizado dá velocidade ao drayage no primeiro e no último trecho.

Regulação: FMC regula práticas marítimas; CBP garante segurança e previsibilidade com AMS/ISF/FROB.


10. Alguns fatos relevantes:

1956: Viagem do Ideal-X (Malcolm McLean): início da containerização moderna.

1961: Criação do ISO/TC 104 (freight containers) e da FMC como agência independente.

1968: Primeira edição do ISO 668 (dimensões dos contêineres).

1984: Primeiro serviço de double-stack unit train (APL), marco do intermodal ferroviário moderno.

2002/2003: Consolidação da Regra das 24h (AMS e exigência de FROB declarado).

2008/2009: ISF (10+2) publicado (nov/2008) e efetivo em 26/jan/2009).


11. Mapa esquemático de portos, ramps ferroviários e corredores intermodais dos EUA


Esquema de conexão de portos, rampas e ferrovias nos Estados Unidos.

12. Checklists práticos: AMS, ISF e FROB

AMS (Automated Manifest System):✔ Manifesto transmitido pelo armador/NVOCC✔ Envio 24h antes do embarque✔ Inclui todos os contêineres, inclusive FROB

ISF (Importer Security Filing – 10+2):✔ 10 dados do importador✔ 2 dados do transportador✔ Prazo: até 24h antes do embarque✔ Penalidades por atraso ou falta de envio

FROB (Foreign Cargo Remaining On Board):✔ Contêiner permanece no navio em escala nos EUA✔ Obrigatoriamente declarado no AMS✔ Sujeito a análise de risco pela CBP


13. Principais Portos Marítimos dos EUA por Capacidade e Movimentação (2023–2025)

Volumes anuais de movimentação (TEUs) e a capacidade operacional dos principais portos marítimos dos Estados Unidos, considerando os anos de 2023, 2024 e dados parciais/projeções para 2025.

Porto

2023 (TEUs estimado)

2024 (TEUs)

2025 (dados parciais)

Los Angeles

~8,8 Mi

~10 Mi

Junho: 892.340 TEUs

Long Beach

~7,3 Mi

~8,8 Mi

NY/NJ

~6,8–7,0 Mi

~7,2 Mi

Savannah

~4,7–5,0 Mi

~5,1 Mi

Maio: 500.900 TEUs

Houston

~3,7 Mi

~3,8 Mi

1º semestre: 2,17 Mi TEUs

Seattle/Tacoma

~3,4–3,6 Mi

~3,7 Mi

estimado estável em 2025

New Orleans

~0,7 Mi

~0,8 Mi

estimado 0,8–0,9 Mi em 2025

Os portos destacados representam os hubs mais relevantes para o comércio exterior americano. O complexo de Los Angeles/Long Beach segue liderando com ampla margem, ultrapassando os 19-20 milhões de TEUs em 2024, enquanto Nova York/Nova Jersey mantém a liderança na Costa Leste. Savannah e Houston crescem como gateways estratégicos, e Seattle/Tacoma segue essencial para a Ásia. New Orleans, apesar de menor, é vital para cargas do Golfo do México e do Mississippi.

 

 
 
 

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