O Dólar, o Euro e a Libra Esterlina como Moedas de Câmbio no Mercado Financeiro Global
- Paulo Corner
- 3 de ago.
- 3 min de leitura
Relatório Técnico
PERC – julho de 2025

Sumário:
Introdução
Histórico das Moedas de Reserva
O Dólar Americano
O Euro
A Libra Esterlina
Comparação entre as Três Moedas
O Sistema SWIFT e a Teoria Econômica
Desafios e Tendências Futuras
Conclusão
Bibliografia
1. Introdução
Este relatório técnico examina o papel do dólar americano, do euro e da libra esterlina como moedas de câmbio no mercado financeiro global. Analisa-se sua evolução histórica, as teorias econômicas que sustentam sua importância, bem como o funcionamento e a sustentação econômica do sistema SWIFT.
O objetivo é fornecer uma visão abrangente para empresas, governos e investidores sobre os fundamentos e desafios do sistema monetário internacional.
2. Histórico das Moedas de Reserva
Desde a Antiguidade, moedas fortes e estáveis sempre foram preferidas para transações internacionais. Do ouro e prata na Roma antiga, passando pela libra esterlina no Império Britânico, até o dólar no pós-guerra, as moedas de reserva evoluíram junto com a geopolítica.
Em 1944, o Acordo de Bretton Woods consagrou o dólar como moeda de reserva mundial, atrelado ao ouro. Após 1971, os EUA abandonaram a conversão em ouro, mas o dólar manteve sua centralidade, sustentado pela confiança nos EUA.
O euro surge em 1999 para fortalecer a União Europeia e rivalizar com o dólar, enquanto a libra sobrevive como símbolo do poder financeiro britânico, ainda relevante nos mercados.
3. O Dólar Americano
O dólar domina o sistema monetário por várias razões:
A maior economia do mundo.
Confiança nos títulos do Tesouro americano.
Profundidade e liquidez do mercado financeiro.
Commodities globais (petróleo, ouro, soja) são cotadas em dólar.
Atuação do Federal Reserve como garantidor de última instância.
Essa hegemonia também é chamada de “exorbitante privilégio”, pois permite aos EUA financiar déficits com custos baixos.
4. O Euro
O euro nasceu da necessidade de integração econômica e monetária da União Europeia.
Suas vantagens:
Elimina taxas de câmbio entre membros.
Reduz custos de transação.
Dá maior peso geopolítico à Europa.
Suas Desvantagens:
Falta de união fiscal completa.
Crises de dívida, como a da Grécia.
Vulnerabilidade a choques assimétricos.
Apesar disso, é a segunda moeda de reserva mundial.
5. A Libra Esterlina
Durante o século XIX, a libra era a moeda hegemônica, sustentada pelo Império Britânico. Londres continua um dos maiores centros financeiros do mundo:
Zona horária estratégica entre Ásia e Américas.
Serviços financeiros sofisticados.
Confiança histórica.
A libra é ainda utilizada em contratos financeiros internacionais, embora em menor escala.
6. Comparação entre as Três Moedas

7. O Sistema SWIFT e a Teoria Econômica
O SWIFT (Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication) conecta mais de 11.000 instituições financeiras em 200 países, permitindo comunicação segura para transferências internacionais.
Por que ainda é relevante?
Externalidades de Rede: quanto mais participantes, mais valioso. Teoria de Katz & Shapiro (1985).
Alta confiabilidade.
Baixo custo marginal para novos usuários.
Mesmo com tentativas de alternativas (como o CIPS chinês), o SWIFT se mantém central por causa do custo altíssimo de migração e da confiança nele depositada.
8. Desafios e Tendências Futuras
O sistema atual enfrenta críticas e desafios:
Tentativas de desdolarização (China e Rússia).
Moedas digitais soberanas (yuan digital, euro digital).
Pressões para descentralização financeira.
Redes alternativas ao SWIFT.
No entanto, mudanças estruturais acontecem lentamente devido ao peso da confiança acumulada.
9. Conclusão
O dólar, o euro e a libra são os pilares do sistema financeiro global. Cada um com seus méritos, fragilidades e esferas de influência. O SWIFT, amparado por externalidades de rede, continua sendo a principal espinha dorsal das transações financeiras globais.
Empresas e investidores devem acompanhar essas dinâmicas para mitigar riscos e explorar oportunidades.
10. Bibliografia
FMI – Relatórios anuais sobre Reservas Internacionais.
BIS – Estatísticas sobre mercados de câmbio.
BCE – Publicações sobre o euro.
FED – Dados sobre dívida americana.
Katz, M. L., & Shapiro, C. (1985). Network Externalities, Competition, and Compatibility.
Artigos acadêmicos sobre teoria monetária internacional.
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